segunda-feira, 29 de março de 2010

Ser ou não ser? Eis a questão




Por Claudio Melo Rocha Santos
Ana Paula
Thiago Albuquerque
João Pedro Pettezzoni

Diz-se em Economia que a história é movida por ciclos e cada ciclo tem o seu apogeu e o seu declínio. Ao chegar ao ponto mais baixo existe uma ruptura daquela era e início de um novo predomínio. Ao darmos um passeio pela história da economia nos deparamos com uma abrangência de idéias e escolas de pensamento. O mais interessante é que cada um deles teve o seu momento de destaque. Podemos dar alguns exemplos:
Inicialmente surgiu um rapazinho chamado Adam Smith, filósofo e economista, ou economista e filósofo. Era totalmente liberal...calma...não estamos falando de sexo, drogas e/ou rock and roll.....mas ele pregava que tudo deveria ser desvinculado, que o estado não deveria interferir em nada e que o mercado se regularia sozinho....muito doido não. E tudo isso em pleno século XVIII. Será que ele fumava ?????
Bem mais novo que o “doidão” Smith surgiu no século passado, um camarada (nem tanto socialista assim) chamado John Maynard Keynes, esse tiozinho inglês deveria achar o colega Smith um tanto quanto desregrado e desgarrado, Keynes devia ter pensado.........além de fumar muito, o Smith devia beber muito malte escocês, pô o cara é muito louco “pra” pensar numa economia assim, isso não vai dar certo nunca!!!! Como podem dar ouvido a alguém que usa Kilt e toca gaita de fole........... Sim Smith era escocês. Para o tiozinho inglês o Estado deveria ser intervencionista, regulador e controlador do fluxo monetário.

Quem você queria ter como pai: o doido do Smith ou o pentelho do Keynes ? Quem estava certo?

As idéias de Keynes reinaram de forma absoluta a partir de 1929, o ano da grande crise, (tú deve tá pensando: Pô o tiozinho era sinistro!!!!) até a década de 70 quando problemas começaram a afligir as economias estadunidense e britânica no início da década. Depois de 30 anos de desempenho brilhante – as economias capitalistas emitiam sinais de fadiga estrutural. A Golden Age agonizava (Era Dourada – entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o início dos anos 70 do século passado – conviveram em harmonia o crescimento rápido, a baixa inflação, reduzidas taxas de desemprego, aumento dos salários reais e integração das massas aos padrões modernos de consumo e convivência). Ainda nos anos 50, tempo de esplendor e glória das políticas keynesianas e do Estado de Bem-Estar, o libertarianismo de Friedrich Hayek e o monetarismo de Milton Friedman formaram a comissão de frente da ofensiva contra “os inimigos da liberdade econômica”. Na década de 70 surgem os neoliberais (ou seja, uma volta à Adam Smith), tendo em Milton Friedman o seu maior expoente. Criticavam a capacidade do Estado em regular o ciclo econômico.......
Pausa para pensamento: Será que o movimento hippie tem alguma coisas haver com isso.....Tõ dizendo....o Smith devia fumar alguma coisa....é muito coincidência....... a essa altura Friedman já deve ter trocado a gaita de fole pela gaita e não usaria mais o kilt....ficaria sem ele, peladão, peladão........na cabeça dele pairava uma certeza.....Smith fumava e muito!!!!! e todo aquele liberalismo poderia dar certo.
Nesta mesma época tivemos o aparecimento da “Dama de Ferro” e do “Cowboy”, no limiar dos anos 80, a eleição de Margaret Thatcher no Reino Unido e Ronald Reagan nos Estados Unidos refletiu o desconforto das classes abastadas e médias com a estagflação. As cargas tributárias elevadas, o excesso de regulamentação e o poder dos sindicatos eram, sem dúvida, os responsáveis pelo mau desempenho das economias.
A famosa Curva de Laffer garantia que a sobrecarga de impostos sufocava os mais ricos e desestimulava a poupança, o que comprometia o investimento e, portanto, reduzia a oferta de empregos e a renda dos mais pobres. Com o objetivo de induzir a expansão de setores escolhidos ou de proteger segmentos empresariais ameaçados pela concorrência, os governos distorciam o sistema de preços e, assim, bloqueavam os mercados em sua nobre e insubstituível função de produzir informações para os agentes econômicos.
A esta altura o bloco socialista/ comunista se desfez, o único grande país ainda comunista/socialista é a China, o capitalismo se desenvolveu e consolidou-se e mesmos as bolhas/ crises (Indonésia, Rússia, Tigres Asiáticos e Japão) não foram capazes de derrubá-lo. As corporações globais passaram a adotar padrões de governança agressivamente competitivos. Entre outros procedimentos, as empresas subordinaram seu desempenho econômico à “criação de valor” na esfera financeira, repercutindo a ampliação dos poderes dos acionistas. Aliados aos administradores, agora remunerados com bônus generosos e comprometidos com o exercício de opções de compra das ações da empresa, os acionistas exercitaram um individualismo agressivo e exigiram surtos intensos e recorrentes de reengenharia administrativa, de flexibilização das relações de trabalho e de redução de custos. Berrava-se aos 04 cantos da terra; “ o Estado não precisa participar da economia. Tem sim que se preocupar com funções vitais à sociedade: educação, saúde, segurança e infra-estrutura”.
Agora tú “tá” pensando: Smith “tava” certo. Pior que Estado só Estado Pobre e Miserável....
Como podemos observar a história econômica é recheada de ciclos, onde o Estado é amado ou odiado. Keynes saiu de salvador da pátria à intervencionista e hoje retorna à literatura econômica com muita força e defensores, pois no auge da euforia capitalista, onde estávamos cada vez mais liberais, mais smithianos, ocorre a crise do subprime e junto dela a questão da liquidez do sistema bancário e o risco de quebra de várias empresas sobretudo aos automobilísticas.

O que se viu foi o Governo ajudando as empresas e o sistema bancário para que os mesmos não se quebrassem. Se fossemos pela ótica da mão invisível....queixaríamos quebrar ????? Teríamos coragem de deixá-los à sorte do mercado ? E a recessão e o desemprego...Chamem Keynes... e rápido enquanto ainda dá tempo

Com isso meu amigos vale a pena pensar : Fumo d+ e bebida d+ (mesmo que importado da Escóia) podem ser prejudiciais ao bolso e a bolsa. Mas vale a pena beber algum chopp (que seja Brahma pelo menos) e se for fumar que seja do lado de fora do estabelecimento pois lá dentro não pode mais por que o Estado não deixa e não se esqueça, a partir de 22:30 costuma ter lei seca, por que beber e dirigir o Estado também não deixa......e nada de parar o carro no meio do caminho para “aliviar”, pq o Estado tb não deixa.
- “Eta” Estado chato. Alguém pode chamar o Smith ?????
Mas você não vai querer esta passando na rua com a sua namorada na hora que o cidadão parar o carro perto de vocês para dar uma aliviada....Pô, alguém pode chamar o tiozinho????
Com isso nos parece razoável uma mistura dos dois sistema. E finalizamos a coluna com a definição de Capitalismo feita pelo do historiador Fernand Braudel:
“O erro mais grave (dos economistas) é sustentar que o capitalismo é um sistema econômico... Não devemos nos enganar, o Estado e o Capital são companheiros inseparáveis, ontem como hoje”.

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